segunda-feira, 23 de agosto de 2010

UMA RESPOSTA AO QUE DEUS É!

Foi arte e foi teatro ao mesmo tempo, mas foi ainda mais. Foi o que Ele não disse que falou mais poderosamente à turba naquela manhã. Foi como um copo de água fria para uma adúltera sedenta e um jato de água fria no rosto para um grupo de fariseus furiosos.

Até hoje não temos a menor idéia do que Jesus rabiscou duas vezes na areia. Em geral tem-se feito a pergunta errada através dos séculos. Trabalha-se no conteúdo sobre o que ele poderia ter escrito. Pergunta-se o quê sem sequer perceber-se que a verdadeira pergunta deveria ser por quê? Não é o conteúdo que importa, mas o porquê? De Ele ter feito isso. Irritante. Criativo. (CARD, 2008, p. 17)

Schaeffer[1] defende que o fato de Deus ser o Criador de todas as coisas é a principal e primeira razão para valorizarmos a criatividade em todas as áreas da vida, inclusive na área ministerial. Para o autor, a própria vida do cristão deve ser uma obra de arte. Arte criativa em um mundo que está desesperado e perdido sem mais esperanças de viver a beleza que é conseqüência da ação divina.

Para Fujimura[2], “quando a nossa fé em Cristo é combinada com nossos próprios esforços humanos na criação, acaba-se criando uma forma mais diversificada e rica de comunicação”. Assim, quando o cristão se permite ser influenciado pelo Criador, ele produz os seus frutos por meio dos que buscam exercer um ministério mais rico e criativo.

O homem, ao perceber o que Deus é o que Ele representa, presencia o início de um processo que o impele a uma resposta apropriada a essa percepção. Nesse momento, a “criatividade é uma resposta”. (CARD, 2008, p. 29) O surpreendente Deus impele o ser humano a ser criativo e com essa criatividade adorar ao Criador.

Quando o ministro se propõe a viver a criatividade que glorifica a Deus, ele busca a prática da verdadeira espiritualidade que é o senhorio de Cristo sobre o homem de forma integral e, dessa forma, “a vida cristã deve produzir não apenas verdade, mas também beleza.” (SCHAEFFER, 2010, p. 40)

Se, segundo Schaeffer[3], o homem foi feito à imagem de Deus, ele possui a capacidade de amar, pensar, se emocionar e também de criar promovendo a verdadeira adoração. O Deus que fez as mais lindas obras de arte impele o ser humano a o adorar criando arte: Arte para a Glória de Deus! Então, se pode afirmar que a “adoração é a reação humana à iniciativa divina”. (FOSTER, 2007, p. 221)

Então é possível entender que a criatividade é adoração, se em sua essência, ela for uma resposta ao que Cristo representa na vida do cristão. Porém, Card[4] afirma que há, muitas vezes, grande dificuldade em perceber a ligação entre a adoração e o sentimento que impulsiona à criatividade e aponta como justificativa para essa dificuldade o fato de que elas estão intimamente relacionadas impedindo simples desconexão das duas realidades.

Oh! ’stou satisfeito com Cristo, porque Ele minh’alma salvou;

E sobre o madeiro, sofrendo, o Seu grande amor revelou.

Oh! ’stou satisfeito com Cristo, confesso-O por meu Salvador:

Embora de nada ser digno, desfruto do Seu grande amor.

Oh! ’stou satisfeito com Cristo, de triste, tornei-me feliz,

Ouvindo o Seu santo Evangelho, e crendo no que Ele me diz.

Oh! ’stou satisfeito com Cristo, e sei que vai logo voltar;

Virá com poder glorioso, a fim de Seu povo levar.

(Autor desconhecido, Estou satisfeito com Cristo, HC086)

Para Piper[5], a glorificação de Cristo na vida do ministro é diretamente proporcional ao grau de satisfação do crente com o Deus. Quanto maior a felicidade em servir e depender do Criador, mais intenso será o processo de adoração e glorificação do Senhor.


[1] SCHAEFFER, Francis. A arte e a Bíblia. 1ª Edição. Viçosa: Editora Ultimato, 2010. p. 45.

[2] FUJIMURA. In CARD, Michael. Cristo e a criatividade – Rabiscando na areia. 2ª Edição. Viçosa: Editora Ultimato, 2008. p. 09.

[3] SCHAEFFER, 2010, p. 45.

[4] CARD, 2008, p. 30.

[5] PIPER, John. Em busca de Deus. 2ª Edição. São Paulo: Editora Shedd, 2008. p. 37

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